22 de março de 2008

Desabafo de uma mulher rebelde...

São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou TÃO acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando até. Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro. Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar. Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher, e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus... A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos..., que raio de direitos requerer? Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz. Essa brincadeira de vocês
acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se
duvidar, nem vôlei. Por quê, me digam, por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o "macharedo"? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo. Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar,
passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com o meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações. Viramos supermulheres, continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? Chega!, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela - ai, meu Deus, 7h 30min, tenho que levantar!, - e tem mais, que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés para cima e diga: "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", descobri que nasci para servir. Vocês pensam que eu estou ironizando? Estou falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?

Autor anônimo

20 de março de 2008

"No Getsêmani foi que meu Jesus orou...



Vídeo que retrata muito bem o contexto que nós cristãos estamos vivendo esta semana, Semana Santa!
Esta semana chama-se Santa porque nos introduz diretamente no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Cada um desses acontecimentos tem um conteúdo eminentemente profético e salvífico.

A participação no Mistério redentor de Cristo leva-nos a ser – no mundo descrente – testemunhas autênticas da Ressurreição de Cristo. Não podemos retardar o anúncio da ressurreição. Que a alegria de Cristo ressuscitado penetre nosso ser, domine nosso pensamento, tome conta de nossos sentimentos e ações. Precisamos de gente que tenha feito experiência da ressurreição. Existe uma única prova de que Cristo tenha ressuscitado: que as pessoas vivam a Sua vida e se amem com o amor com que Ele nos ama...


Guiados pela luz do círio pascal, e ressuscitados para uma vida nova de fé, esperança e amor, sejamos testemunhas vivas da Ressurreição do Senhor Jesus.


Que a Mãe do Ressuscitado nos aponte o caminho para Jesus Cristo, nosso único Salvador.
(Alguns trechos extraídos do site Canção nova)

19 de março de 2008

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Até um dia meu anjo)

Vinícius de Moraes

18 de março de 2008

É PRECISO NÃO ESQUECER NADA




É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

Cecília Meireles

13 de março de 2008

Não existem atalhos para a felicidade.


Certa vez, ainda criança ela estava a brincar de rua, quando no meio da euforia das brincadeiras seu olhar se deu com o dele, e ali o tempo parou... Aquilo em sonho durou horas, mas na realidade questão de segundos.
Depois daquele dia passaram a se perceber, sentavam mais perto um do outro, olhava enquanto o outro estava detraído... Coisa de quem vê tudo colorido... E assim o tempo foi passando e nada além daquela paixão infantil, ele era para Madalene, o príncipe que ouvira nas histórias.
E ela ainda era criança quando um dia em casa, entrou e percebeu que seus pais brigavam, ficou quietinha abaixada e olhando de longe enquanto seus olhos enchiam de lágrimas...
Eles diziam: se não fosse por ela, nós não brigaríamos!
-Mas ela ainda é uma criança, você não pode a culpar por nada...
-Antes ela fosse adulta, pra não nos trazer tantos problemas!
E aquela frase ficou marcada para Madalene... E naquele momento ela ajoelhou e lançou um desejo: quero ser adulta! E pediu com tanta força... Que quando abriu seus olhos, seu corpo estava diferente, seus cabelos, sua voz... Foi se descobrindo outra pessoa. Ela era adulta!
Estava em outro lugar, outras pessoas a cercavam, havia barulho... Ela correu e foi procurar por sua casa, por seus pais... Viu que não era como na fazenda... E ela não sabia onde estava.
Ela passou horas procurando por alguém que conhecesse, por algo que a fizesse encontrar sua casa. Sentia fome, estava cansada... As pessoas não a recebiam bem... Ela parecia uma louca, pudera, cabeça de 8 anos com um corpo de 30.
Mad estava sozinha, num lugar que não conhecera, com pessoas antes nunca vistas, triste e desconsolada. Quando algo a prende a atenção:
Ele vem descendo as escadas de seu prédio bastante apressado, coloca as crianças no carro, Mad acompanha todos seus movimentos, perplexa! Era ele, o príncipe. Ela reconheceria aquele olhar de qualquer maneira.
Mas ele não a percebeu, e nem a reconheceria... Pois Mad dera um jeito de mudar o destino. E naquele momento, ela, mesmo criança, mesmo ingênua... Percebeu que a vida não seria como ele sonhara. E decidiu: Há de haver uma forma de voltar pra casa. Desejou tão forte que quando abriu os olhos lá estava ela. Ajoelhada criança, chorando enquanto ouvia seus pais discutindo. Ela correu até eles e os abraçou. Os pais, sem entender oq acontecia os abraçaram também. E naquele momento se olharam e perceberam que NÃO EXISTEM ATALHOS PARA A FELICIDADE.
No outro dia, Mad estava a brincar de rua, quando encontrou seu príncipe, foi até ele e segurou-lhe a mão... e os dois caminharam juntos.
Fim.

Por Dija Martins